A verdade por trás (por cima, por baixo e pelos lados) do BBB

A verdade por trás (por cima, por baixo e pelos lados) do BBB. Por que ele ainda está no ar - e não vai sair tão cedo
Eu sei, você provavelmente não pediu que ele voltasse, mas sim, ele voltou. Hoje começa o maior reality show da televisão brasileira. Polêmico sempre, acompanhe uma análise deste programa que, apesar da rejeição, está aí para sua alegria. Ou não.










É hoje, pessoal. Preparem seus controles remotos por que hoje, depois de Salve Jorge, começa a 13ª edição do Big Brother Brasil. Quem tem TV a cabo, pode dar uma zapeada e rezar para encontrar algo melhor (não será muito difícil). Quem gosta de ler, poderá dar um pulo no centro da cidade hoje e abastecer sua biblioteca. Dvds também contam, embora seja complicado passar 3 meses vendo filmes toda santa noite. Mas fica a dica: fuja das redes sociais, por que o BBB usa o seguinte lema nelas: “Falem bem, ou falem mal, mas falem de mim!” – e parece que funciona. 

O BBB 12 teve o maior índice de rejeição da história do primeiro reality show da TV brasileira. Com o advento das redes sociais – esta onde o BBB sempre gera notícia e polêmica, muitas vezes dividindo opiniões – o que antes era conversa de bar ou de intervalo no trabalho, podemos ter uma noção melhor de como as pessoas receberam a edição. 



Mas por que o BBB ainda está no ar, com tanta rejeição? 


Para responder esta pergunta, vamos antes analisar cada ponto do programa. Foram 13 edições com muita coisa em comum. Vamos a elas: 



Elenco repetitivo 

Quem nunca notou como alguns tipos se repetem na casa? Temos sempre, seja qual for a edição, os seguintes perfis; 

- a gostona queridinha 

- a gostosona pegadora (possibilidade de este item vir no plural) 

- a lésbica assumida 

- a garota que todos desconfiam que seja lésbica 

- a garota com seu comportamento tão andrógeno que nem ela mesma sabe quem é 

- a garota que não é gorda, mas não existe quem consiga convencê-la ao contrário e por isso mesmo, passará semanas reclamando a mesma coisa, sem deixar de lado os copos de leite condensando com chocolate em pó 

- a garota que diz que é fraca para álcool, toma todas na primeira festa, faz absurdos que ela jamais faria não alcoolizada e claro, no outro dia, chora perguntando o que seus pais pensaram sobre ela 

- o gostosão queridinho da casa, aquele que todas as meninas elogiam e vez por outra, tiram várias casquinhas 

- o gostosão amigo de todo mundo e que não sái da academia, evita brigas e fica sempre em cima do muro, com votos não comprometedores 

- o gostosão marombado causador de polêmicas que com certeza, antes de sair com índice expressivo de rejeição, irá brigar com uma das colegas da casa – já que com os homens, possíveis discussões podem levar a brigas com contato físico, gerando expulsão do reality 

- o nerd que fica sozinho, sempre pensando, metade de sua estadia é pensando articulosamente. Quando todos reclamam que ele não se entrosa, ele começa a colocar as garras de fora, fazendo fofocas para todos os lados, com a desculpa de que agora ele passou a se entrosar, como todos queriam. 

- o gay não afetado, defensor da causa, sem apelações. Este jogador apresenta alto índice de escolaridade e provavelmente, viajou o mundo inteiro. 

- o gay purpurina, afetado ou afeminado, como queiram. Este participante é a alegria da casa e motivo de chacota fora dela. Com certeza, será ele que lançará a pérola que depois vai virar gíria no país inteiro. Se cada vez que sua frase fosse repetida ele recebesse 1 real, o prêmio milionário seria dispensável. Geralmente, possui ótima aceitação pelo público fora da casa. 

Posso ter me esquecido de outros tipos já conhecidos, mas por hora já tivemos bons exemplos. Acompanhe a 13ª edição e lembre-se deste artigo. Oitenta por cento da lista acima estará presente, não duvide disso. 



Por que o diretor Boninho não abre mão dos “personagens” acima? 

Simples! Estes comportamentos estereotipados com certeza são os que mais podem gerar instabilidade emocional dentro do jogo. Leia-se; briga! As bateções de boca sempre aumentam a audiência, quer você concorde ou não. Um programa onde milhões são investido em mídia, seja direta por merchandising ou indireta através do horário comercial, a emissora controla a audiência a todo o momento. 



Por que o reality continua no ar, mesmo com a rejeição pelo público aumentando a cada edição? 

Antes de tudo, é preciso avaliar qual público “rejeita” e qual público “acompanha” durante a temporada. 


O BBB já deixou de ser novidade. Mesmo a curiosidade humana sendo um grande filão para se criar um programa com grande audiência – curiosidade esta que se define como antropológica, inerente a condição humana, mesmo se apresentando nos indivíduos em diferentes níveis – as cenas reais e desconcertantes deram espaço, muitas vezes, a um show de interpretação por parte dos integrantes. Não é de hoje que depoimentos sobre o assunto, com ex-participantes talvez descontentes pela falta de atenção por parte da emissora, afirmam que tudo não passa de encenação. 


O público que repudia o reality faz parte de uma classe social com mais acesso a cultura e lógico, maior uso do pensamento crítico e analítico. Consegue melhor visualizar comportamentos repudiáveis e/ou condutas duvidosas por parte dos participantes. 



O público que se mantém fiel e espera ansioso por cada edição faz parte de classes econômicas mais inferiores, com baixa escolaridade. Trabalham muito (maior carga horária) e ganham bem menos. Este público deseja simplesmente uma forma de diversão. Ele não está ali para pensar, analisar, criticar, concordar ou discordar. Ele quer, sobretudo, esquecer o dia a dia e divertir-se: são as festas regadas a boa comida, bebida e decoração impecáveis, são as atrações a mais por conta da beleza da maioria dos participantes e como já citado, as intrigas – nota-se que nas edições mais recentes, o próprio diretor provoca a formação de grupos competitivos entre si, seja pelos quartos com temáticos ou por grupos escolhidos no primeiro episódio. 







Um fator a mais para a confusão 


Hoje a noite, a casa estreará com apenas 8 participantes, porém a previsão é de atingir 16 ao total. Somam-se aos 8, 2 novos participantes que estão sendo escolhidos pelo público que visita a Casa de Vidro, no Santana Parque Shopping, em São Paulo. 

Ainda faltam 6? Pois bem: a lacuna será finalmente preenchida por ex-participantes. Só saberemos os nomes hoje a noite, mas cogita-se a hipótese de nomes como “Cleber Bam-Bam” e “Dhomini” ganhadores da 1º e 3º edição, respectivamente. Seis integrantes que já tiveram oportunidade anterior, concorrendo com novos, verdes no jogo. 



O BBB em cifras 


O valor arrecadado com as ações de merchandising no BBB 12 caíram cerca de 25 a 30% no ano passado, devido ao suposto caso de estupro, que gerou inclusive a expulsão de um dos participantes, embora nada tenha ficado provado e o caso encerrado. 


Porém, mesmo com esta perda significativa no mundo dos negócios, vocês podem calcular em quanto a edição fechou? Ao final da edição 12, o BBB rendeu aos cofres da emissora mais de 400 milhões de reais. Agora me responda: com números como estes, pode-se imaginar que a emissora líder no horário possa pensar em deixar de lado este projeto? 


O BBB foi originalmente criado pela Endemol, a produtora holandesa de televisão especializada exclusivamente em reality shows, vendendo seus formatos para 21 países.




É, amigos. Se você gosta de assistir ao BBB, pegue sua cadeira mais confortável e espere por hoje a noite. Serão 3 meses de “realidade” pura.

Se você não gosta, procure novas opções de entretenimento. O HiperSocial Pelotas se oferece humildemente para ajudar com uma leitura agradável e atual.

Agora, se você espalha para todo mundo que “odeia o BBB”, mas no final acaba acompanhando de perto. Saibas que não és o único. Todos os anos, esta designer aqui promete boicotar o programa, mas acaba ali, firme na frente da TV, no dia da grande decisão. Cultura de massas? Sim. Talvez, mais massa do que cultura, por sinal.



Ana Paula Dias 

Idealizadora e editora 
Hiper Social Pelotas 







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2 comentários:

  1. Gostei muito do texto. Expressa justamente o que penso sobre o BBB, nem comento em redes sociais por isso mesmo, qualquer falatório a respeito pra eles é IBOPE...

    Abraço e parabéns pelo texto!

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